Cúrcuma, mais que um tempero

Diferença entre açafrão e cúrcuma

A cúrcuma, cujo nome científico é Curcuma longa, é um rizoma, ou seja, é um caule subterrâneo de uma planta, mas podemos chamar de raiz, o que não podemos, é confundir com açafrão. O que acaba nos confundindo é que no Brasil é chamada de açafrão da terra ou açafrão da Índia, por colorir de amarelo os alimentos como o açafrão usado nas paelhas. A cúrcuma custa baratinho e é normalmente vendida desidratada e em pó, esse pó é amarelo escuro ou laranja. É encontrada em saquinhos, a granel e em potes de temperos. É ela que contém a curcumina, uma substância com propriedades anti – inflamatórias e anti – oxidantes.

O açafrão tem o nome científico de Crocus sativus. E são os estigmas de uma flor de cor lilás, um tempero caríssimo vendido em vidrinhos ou caixinhas contendo um grama ou menos, a embalagem tem rótulo e é vendido em lojas especializadas em especiarias, empórios ou supermercados mais caros. Tem aroma e sabor diferente da cúrcuma. É normalmente vendido inteiro, pode ser encontrado em pó, mas o pó é vermelho. É este o usado na paelha espanhola. O açafrão também tem propriedades anti – oxidantes mas não é tão usado como a cúrcuma devido ao seu alto valor.

Descobrindo o real valor da cúrcuma

A ciência moderna tem descoberto que este antigo composto pode ter um drástico impacto em doenças neurodegenerativas e no câncer. À primeira vista, nos parece que essas patologias não possuem nada em comum, mas ao vermos mais de perto, encontramos múltiplos mecanismos de desenvolvimento em comum. Estes incluem uma sinalização química entre as células cuja resposta é inapropriada e uma regulação gênica anormal, bem como uma vulnerabilidade a estresses químicos e inflamação.

O envelhecimento cerebral e doenças relacionadas a ele são causados por vários fatores. Entre eles o stress oxidativo, toxinas ambientais, inflamação, o acúmulo de proteínas tóxicas no tecido cerebral, a perda do poder de geração de energia e o dano gradual a genes vitais em algumas células. Experimentos animais tem demonstrado que a curcumina melhora o aproveitamento da energia celular e também melhora o sistema de proteção a radicais livres.

Num estudo memorável os pesquisadores descobriram que quando os ratos eram suplementados com curcumina eles obtinham um aumento na formação de novos neurônios, principalmente na área da memória. O que a curcumina faz nesse caso é funcionar como um gatilho que aciona genes relacionados a multiplicação celular cerebral.

O estudo mais animador demonstrou que a curcumina pode modificar vários processos envolvidos no desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Evidências rapidamente têm se acumulado e demonstrado que a curcumina exerce um papel fundamental protegendo as células da degradação lenta e gradual que ocorre em doenças como Alzheimer e Parkinson.

Como benefício adicional a curcumina parece ser capaz de minimizar o impacto agudo de derrames cerebrais, traumatismo craniano e toxicidade crônica ao álcool.

Em adição, existe um crescente número de artigos documentando a atuação da curcumina no tratamento e na prevenção de câncer. Estes estudos mostram não só o potencial de prevenção, mas também a capacidade da curcumina de sensibilizar as células cancerígenas às drogas utilizadas na quimioterapia.

Múltipla associação de cuidados

Como já sabemos, em termos de organismos multicelulares como o corpo humano, nunca devemos ser simplistas a ponto de acreditar que uma única pílula mágica será a solução para todos os nossos problemas. A curcumina DEVE sim, entrar na nossa alimentação do dia a dia, ou até se preferirmos, ser tomada em cápsulas, mas como parte de todo um plano terapêutico, o qual é composto de mudanças no estilo de vida, emagrecimento, suplementação de hormônios, nutrientes e probióticos.

Artigo resumido, traduzido, acrescido de outros detalhes por Dra.Paula Voss

Caso queira se aprofundar no assunto e saber quais trabalhos estão sendo citados acesse o link: http://www.lifeextension.com/Magazine/2016/3/Curcumin-Aging-Brains-and-Cancer/Page-01